quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Brito reitera sua inocência em reportagem do ‘Fantástico’




A reportagem exibida no programa 'Fantástico', da Rede Globo, naquele  domingo, 24 de julho, denunciou a venda ilegal de terras em assentamentos do Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) na Bahia e em Mato Grosso, com  repercussão nacional, mas em Diamantino, particularmente,  caiu como uma bomba, não só pela cidade ter a sede da Unidade Avançada do Incra, mas pelo envolvimento do servidor do Órgão, Lionor da Silva Santos, o Brito, citado na referida reportagem da emissora carioca.
                No dia seguinte, por ato do presidente do Incra, Celso Lisboa de Lacerda foram exonerados  os funcionários, citados na reportagem, sendo que Brito perdeu o cargo de chefe Substituto da Unidade e deixou de pertencer ao grupo nomeado para vistoriar o assentamento Jonas Pinheiro. Como desdobramento do ato será aberta sindicância interna para averiguar as denúncias contra os dois servidores.
                A Unidade Avançada do Incra em Diamantino tem sob sua jurisdição 79 assentamentos, em 32 municípios; entre os quais, o PA Jonas Pinheiro, em Sorriso. O PA que tem parte de sua área no município de Vera foi criado em 2.001, tendo 213 famílias assentadas.
                Já trabalhando na Unidade, em Diamantino, Brito se defendeu das acusações. Para ele, não existe veracidade nas informações divulgadas ao seu respeito, no Fantástico. Não intermediei, não facilitei, não indiquei, não fui conivente e nem recebi propina pela venda de terra no PA Jonas Pinheiro ou em qualquer outro lugar. Como servidor do Incra há mais de trinta anos, sempre agi com honestidade e transparência, em respeito à minha dignidade e em compromisso ao Órgão e as famílias assentadas, disse ele.
                Ao contrário, sempre reprovei essa prática que, aliás, é norma do próprio Incra. Minha conduta como profissional será levantada pela sindicância e para ajudar no processo de investigação faço questão de abrir o sigilo bancário e telefônico. Com isso quero que se faça o reparo do grande erro que foi cometido em relação à minha honra, afirmou o servidor do Incra.
                Brito tem ido com frequência ao assentamento Jonas Pinheiro para executar pagamento de crédito para aquisição de materiais de construção, contratação de mão-de-obra e  entrega de contrato de concessão de uso aos parceleiros. Na última vez, cumpria uma ordem de serviço de levantamento ocupacional para averiguar a situação de 54 parcelas do assentamento Jonas Pinheiro, quanto a sua utilidade ou não, pelas famílias.
Brito se queixa
                Brito se queixa da reportagem do Fantástico que não assegurou a ele o direito de ser ouvido e de falar, para expressar sua versão sobre o fato. O mesmo jornalista o procurou, por telefone. Na conversa falou como se fosse um comprador de terras. Como o servidor do Incra não o atendeu, ele não o procurou mais e produziu a matéria ao seu jeito, explicou Brito.
                No meio dos acontecimentos, Brito considera que foi vítima de uma armação. Sua esposa, Jane Delalibera é vereadora na Câmara de Sorriso. Ela, como parlamentar atuou favorável à cassação de três vereadores, acusados de cobrar propina para votar a favor do prefeito Chicão Bedin. Os edis chegaram a ser presos a pedido do Ministério Público Estadual. Brito alega que a citação do seu nome na venda ilegal de terras em Sorriso parece ser uma represália  ao desempenho de sua esposa na Câmara daquele município.
                Brito diz que espera com confiança o resultado da sindicância, pois tem a certeza que não cometeu nenhuma irregularidade ou crime, como servidor do Incra.
                Sua auto-defesa é simples: inocência. Brito salientou que já passou por várias funções dentro da Unidade, como RH; cadastro e habilitação; finanças; setor de crédito e comissões, sem ser denunciado por qualquer deslise de conduta.
                No meio ao abatimento e tristeza, ele se diz contente pelo apoio que recebeu de autoridades, como dos prefeitos de Nova Ubiratã e Ipiranga do Norte; sindicatos de Diamantino e Barra do Bugres, entidades sociais; amigos; conhecidos e também da superintendência e da procuradoria do Incra.
                Antônio Alves Nogueira, o Toninho, chefe da Unidade do Incra, diz que o Brito  tem perfil de honesto e sério.
Trabalhamos juntos nos últimos dois meses e nesse período não percebi nenhuma atitude diferente dele, em relação a falta de escrúpulo ou com propósito de tirar vantagem como a venda ilegal de lotes, completou o executor.
                Brito, por seu lado afirmou que vai recorrer à Justiça contra as acusações que recebeu.
                Diante da repercussão da reportagem, com sua veiculação em horário nobre e de alcance nacional, o Ministério Público Federal pode entrar no caso, para investigar e oferecer denúncia à Justiça.

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