Os 'hermanos': Ezequiel Vela; Hermann Feldkamp; Lucas de Miguel e Juan Martin Rivas, integrantes da expedição “A La Tierra Sin Mal” cumpriram a etapa brasileira do percurso, ao passar pela foz do Rio Apa, o último ponto do território brasileiro. A partir daí, a expedição segue seu destino, para cumprir a rota de 4 mil quilômetros em toda extensão do Rio Paraguai até foz com o Rio Paraná, seguindo até o Puerto Madero, na Argentina. O nome da expedição é uma referência ao paraíso na "cosmo-visão" do povo Guarani. O paraíso para eles seria a tierra sin mal, ou terra sem males, numa tradução literal. A expedição já passou por Assunção, capital do Paraguai, chegando muito perto do final do percurso.
Todo o percurso será vencido a remo, em caiaque; embarcação pratica e segura usada pelos aventureiros argentinos. A viagem deverá terminar no mês de setembro.
A expedição começou no dia 18 de maio, no lado de Diamantino do Rio Paraguai, a parte já de melhor navegação para esse tipo de embarcação, depois da pequena usina Pedro Pedrossian, feita na caída d’água, por sinal, a única existente no Rio Paraguai.
Antes do inicio da viagem, os argentinos conheceram Diamantino. Foram recebidos como celebridades, pelo prefeito Juviano Lincoln e visitaram pontos turísticos e apreciaram com tristeza, a derrubada de matas e cerrados para a expansão da agricultura.
Eles fizeram referência à Diamantino, como povo serrano, rodeado de riquezas, como diamante e ouro; numa alusão aos morros que rodeiam e permeiam a cidade e as minas de ouro e diamante que sustentaram o apogeu da vila, no século XVIII .
A expedição “A La Tierra Sin Mal” reporta, no passado, a outras viajantes que passaram por Diamantino, como o barão russo Langsdorff e sua expedição científica; Bartolomeu Bossi; Francis Castelnau; Claude Levi-Strauss; Theodore Roosevelt; Rondon e a Coluna Prestes.
O relato feita pelos integrantes da expedição é um misto de encanto e de reflexão. Em defesa dos rios livres, como se intitula a expedição, a observação do próprio rio, com seu povo ribeirinho, a planície inundada que não respeita limites geográficos e nem nacionalidade, a rica fauna aquática e terrestre e a presença da atividade econômica que surgem em muitos pontos do Rio Paraguai, do lado brasileiro, paraguaio, boliviano e argentino.
O Rio Paraguai é uma via importante de ligação e no seu entrono existe extração de recursos minerais e a exploração de atividade agropecuária, enfatiza os apontamentos da expedição. Essa relação com o rio vem provocando a degradação das margens e das matas ciliares do .
Os problemas ambientais se multiplicam com os quilômetros remados e a gravidade se mostra é a hidrovia Paraguai-Paraná, que atravessaria o grande Pantanal; patrimônio da Humanidade. Para a navegação será preciso dragar e canalizar vários pontos para a passagem barcaças e a construção de grandes portos e estradas em lugares pantanosos.
Os relatos da expedição, com imagens e depoimentos serão transformados em documentário dessa aventura fluvial, em águas ‘del plata’.
Essa é a terceira expedição dos hermanos. O grupo já cruzou o sul do Brasil - da nascente do Rio Uruguai, na confluência dos rios Canoas e Pelotas - até Buenos Aires e navegou, no ano passado, da Bolívia até Buenos Aires e planeja fazer o trecho Cáceres a Corumbá em conjunto com os brasileiros.
O gosto pela aventura começou em 2005. No ano passado os argentinos percorreram 2,6 mil quilômetros, entre a Bolívia até Gualeguaychu, a cidade natal do grupo.
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