Um
público formado principalmente por jovens se reuniu no Feriado de Tiradentes e aniversário de Brasília, sob um sol forte de outono na capital do país
para protestar contra a corrupção. Cerca de 1,5 mil pessoas, segundo estimativa
da Polícia Militar do Distrito Federal, marcharam na Esplanada dos Ministérios
vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o fim dos
desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que participa
das comemorações dos 52 anos de Brasília.
Foi a terceira edição da marcha organizada pelo Movimento Brasil
contra a Corrupção (MBCC). Os protestos são organizados, principalmente, pelas
redes sociais. Segundo um dos organizadores, Rodrigo Montezuma, estão previstas
mobilizações semelhantes à de Brasília em cerca de 40 cidades. As principais
bandeiras desta edição da marcha são o fim do voto secreto nas votações do
Congresso e celeridade no julgamento do escândalo do mensalão pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
Entre os cartazes, havia muitos que pediam a saída do governador
do Distro Federal, Agnelo Queiroz, citado nas investigações da Polícia Federal
que levaram à prisão o empresário goiano Carlinhos Cachoeira, suspeito de
comandar um esquema de jogos ilegais.
Segundo Montezuma, o MBCC é um movimento apartidário e não tem
relação com nenhum grupo político específico. “Todos os dias nós temos notícia
de corrupção, no café da manhã, no almoço e no jantar. Os homens públicos que
deveriam zelar pelos recurso estão pilhando o dinheiro do cntribuinte”.
A estudante Júlia Freitas, de 15 anos, participou da marcha pela
primeira vez e já avisa: vai engrossar os próximos protestos. “O que me motivou
a vir foi a revolta. Tem gente que mora na rua e não tem o que comer enquanto
outros estão desfilando por aí de carrão, se dando bem com o nosso dinheiro”.
O servidor público Júlio Proença trouxe as três filhas, de 9, 15 e
17 anos, para participar da marcha. Ele acredita que as meninas precisam se
conscientizar da importância do problema que é a corrupção. “A minha geração
abandonou isso pelo movimento político da época [contra a ditadura militar].
Acho que as crianças têm que ter essa consciência políticas que foi deixada de
lado pelo brasileiro”.
A próxima marcha contra a corrupção já tem data marcada: 7 de
setembro, Dia da Independência do Brasil.
Amanda Cieglinski
Agência Brasil
Agência Brasil
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