quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Surdos propõem criação de escolas bilingues em Mato Grosso

A efetivação de Escolas bilíngues (Língua Oral e Língua Brasileira de Sinais) está entre as propostas que deverão ser debatidas por alunos surdos e profissionais da Educação, durante o II Seminário de Educação de Surdos do Estado de Mato Grosso. O evento teve início nesta segunda-feira, dia 7 e se estende até a sexta-feira, dia 9 de novembro, em Cuiabá.  

Cerca de 120 pessoas participaram da abertura do Seminário, como a gerente de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação, Nágila Zambonatto, e representantes do Centro de Formação dos Profissionais da Educação e Atendimento a Pessoa Surda (CAS), e Centro Estadual de Apoio ao Deficiente Auditivo (Ceada).

A idéia de Escolas bilíngues está em debate no país e possui muitos adeptos em Mato Grosso, pelo fato de grande parte surdos terem dificuldades de acompanhar o processo de ensino das Escolas regulares. A proposta de operação de escolas bilingues visa atender a grande clientela, no Estado

“Nesse sentido estamos discutindo na Câmara Básica do Conselho Estadual de Educação (CEE) uma resolução para que os professores também tenham formação em Libras. Isso porque o atual modelo de escola inclusiva com o professor regente em sala de aula, tendo o apoio de interpretes ouvintes, não tem atendido a necessidade formativa dos surdos. Por exemplo, a forma como a língua portuguesa é ensinada aos surdos da mesma forma que ensina-se aos ouvintes dificulta o aprendizado, porque a compreensão obtida pelos deficientes por meio da Libras é diferente da compreensão dos demais”, disse Nágila Zambonatto.

Em palestra ela também apresentou todo o histórico de luta para a educação dos deficientes auditivos, bem como apresentou as ações realizadas pela Seduc nos últimos anos. Entre as ações estão à criação do Centro de Apoio e Suporte à Inclusão da Educação Especial (Casies). Atualmente reúne 110 profissionais que ofertam cursos de formação em Libras durante o ano para educadores e interessados em atuar como intérpretes, além de formação para professores surdos; e a efetivação e manutenção de 399 salas de recursos multifuncionais nas unidades de ensino. 


Conforme o último censo populacional do IBGE, Mato Grosso possui cerca de 100 mil deficientes auditivos. Destes, 12 mil são atendidos pela Educação Estadual e entidades conveniadas (filantrópicas).

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