terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Deputado Riva participa de cerimônia eclesiástica em Diamantino

O deputado José Riva, presidente da Assembleia Legislativa compareceu à cerimônia de posse do bispo da Diocese de Diamantino, Dom Vital Chitolina. Quem sabe, pediu até uma bênção.
O bispo não tem culpa, mas o convidado é o político mais citado em denúncias de corrupção e também o que usou o exercício da própria política para se manter no cargo, pelo voto direto. São 118 ações por improbidade, duas cassações, algumas condenações. Mas com a aprovação de uma Lei que exige ficha limpa de candidatos, o deputado Riva “resolve” que está na hora de aposentar, segundo entrevista ao Jornal ‘A Gazeta’.

Muita gente sonhava ver uma disputa ao governo de Mato Grosso ou ao senado, para o político então perder e gastar um pouco do seu rico dinheiro, mas ele inteligentemente percebeu que o clamor do povo é pela transparência e honestidade na gestão pública.

Riva teve uma carreira brilhante para os parâmetros brasileiros da velha política. Um ex-caminhoneiro que começou a ganhar dinheiro vendendo linha telefônica e terra que não possuía, segundo o processo número 010/91 da comarca de Juara, revertido depois pelo TJMT, se tornou prefeito e suplente de deputado. Trabalhador e ganancioso, aceitou fazer “serviços” para o então novo governador Dante de Oliveira, que assoberbado – de soberba, de achar que seu poder estava acima de tudo -, foi passando a Riva o “varejo” da política estadual e junto dela, transferindo poder. Vem daí a sua forte e indestrutível ligação com o grupo de Dante.

Sempre muito frio e calculista em seus atos, José Riva começou a perder o equilíbrio com a chegada da internet e das novas formas de jornalismo. Acostumado ao modelo que já foi consagrador de alguns ‘grupos de comunicação’, como o grupo Gazeta, Riva se assustou ao ver que não conseguiria controlar e omitir todas as notícias sobre ele. Descontrolado, pediu e para seu azar conseguiu, graças aos seus bons relacionamentos com alguns magistrados, a censura a dois blogs, o Prosa e o do jornalista Enock Cavalcanti. Foi desastrado o suficiente para me incluir numa ação contra militantes de grupos sociais, teve o azar da censura ser decretada poucas semanas depois da censura ao Estadão, quando a imprensa nacional estava muito sensibilizada à causa da liberdade de expressão, e por fim, Riva não contava com as minhas ligações com a imprensa nacional (fora de sua batuta), com a repercussão que a censura teria e com a reação dos senadores Arthur Virgílio e Alvaro Dias na tribuna do senado. Pronto!, estavam ai todos os ingredientes para que o simples deputado estadual de uma unidade da federação não muito relevante, se tornasse mira e exemplo de tudo que pode haver de pior na política brasileira.

Entrou numa paranóia e passou a achar que tudo que saia sobre ele na imprensa nacional era parte da engrenagem política de um complô contra ele. Nesse estágio Riva não tinha percebido, mas para o Brasil ele não era o poderoso político de Mato Grosso, era simplesmente aquele que perseguia e censurava blogs e tinha em sua ficha tantos processos de improbidade quanto figuras como Paulo Maluf. Passou então a ser referência. E continuou em sua cruzada contra o imaginário complô político. Processou Fábio Pannunzio que esteve aqui pra fazer uma matéria sobre o desfalque na Assembléia de Mato Grosso engavetado em alguma instância da justiça estadual. Fábio chegou a tentar entrevistar fantasmas como o de Lucas Marques Gomes, que apesar de morto, participou de licitação, venceu e recebeu da Assembléia presidida por Riva. Eu estava lá com Pannunzio, num cemitério na Várzea Grande e vi todo seu esforço para tentar fazer o Lucas responder. O processo contra Fábio veio depois de uma fracassada tentativa de suborno, transmitida por um nada amador emissário de Riva.

Depois de Fábio vieram outros e mais outros e mais outros, interessados nesse “fenômeno” de votos, processos, ações, desfalques e atitudes ilícitas. Sem contar em seu tino para os negócios que fizeram com que seu patrimônio saltasse de R$ 122.959,69 em 1998 para R$ 2.589.058,71 em 2006 – dados do TSE.
É Riva, você não estava de todo errado. Na maioria das matérias nacionais com seu nome, de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, tinha o dedo da censurada aqui. E continuará tendo, pois assim como não te faltam, não me faltam também obstinação e determinação. E eu te avisei Riva em 2009, que o jogo estava apenas começando. Reafirmei minha disposição em 2010, quando numa entrevista (ouça abaixo) você culpou a mim, ao Pannunzio e ao Enock por ter desistido de concorrer ao senado, e desastradamente me acusou de ser uma articulista à soldo. Nessa ocasião lhe desafiei a dizer quem me pagava e te avisei para não me misturar com a corja que lhe cerca. Em artigo publicado aqui, avisei que jamais desistiria enquanto não o visse engolir cada leviandade proferida.

Redação e Adriana Vandoni

Nenhum comentário:

Postar um comentário