sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mãe chora pela morte do filho travesti

Rosenildo Martins de 26 anos, no papel da  bonita 'Fabrícia' morou os últimos dois anos na Itália. De volta ao Brasil, no final de 2011, regressou à Nobres, sua cidade natal, para rever a mãe e ajudar na reforma da casa da família. Mas ela tinha um projeto pessoal: passar por duas cirurgias. Uma de lipoaspiração e outra, de troca do silicone no seio.
Ainda em Nobres, na virada do ano, comprou cestas básicas para os moradores carentes e aguardava com ansiedade o momento da cirurgia reparadora.
Segundo a mãe, Maria Martins, Fabrícia foi a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para fechar a cirurgia e pagou pela operação. E voltou à Nobres. A mãe não ficou sabendo o que a filha foi fazer em Campo Grande.
No início de fevereiro Fabrícia viajou para fazer a cirurgia, como queria. O hospital não possuía unidade de tratamento intensivo e Fabrícia faleceu, em decorrência da cirurgia.  A decisão do médico de ter feito a cirurgia em um hospital que não tem UTI será acompanhada pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul. O médico Paulo de Oliveira Lima que operou Fabrícia acredita que a morte do travesti foi causado por uma parada cardíaca, devido a queda de pressão. 
O cirurgião plástico afirmou que Fabrícia fez todos os exames pré operatórios exigidos  e que o grau de risco  era o menor na escala de 1 a 4. Conforme o médico, é raro este tipo de cirurgia apresentar complicações e muito menos chegar a uma situação extrema. Para o médico foi uma fatalidade.
A mãe recorda com carinho do filho. Sempre carinhoso, telefonava três vezes por semana para  a mãe, mesmo quando morava na Itália. No exterior, trabalhava para arrumar dinheiro e terminar a casa da mãe,  comprar um carro e cuidar da vaidade. Porém ela se entristece quando se lembra do preconceito que sofreu por causa da opção sexual do filho. Quando o filho tinha 16 anos, ela notou algo anormal. Nessa época, ele usava roupa masculina. 
O filho foi morar em Cuiabá e quando voltou à passeio, estava transformado. Já usava roupa feminina e se comportava como mulher. Fique chocada, disse a mãe. 
Como o tempo, acostumei com a situação, confessou dona Maria. Na casa em Nobres, sozinha sem o filho, ela se esforça para ser forte. Olha o calendário de 2012 em italiano de Fabrícia, em poses provocantes e só reclama da perda. 
Parece que ele estava se despedindo. Antes de viajar, falou que se fosse morto, suas roupas deveriam ser distribuídas para as irmãs. E ele não voltou vivo, chora a mãe. 

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