Neste sábado, dia 15 termina o período
do chamado "vazio sanitário" da soja. Até essa data ficou proibida a
manutenção de plantas vivas de soja. O objetivo da medida é prevenir a
disseminação do fungo Phakopsora pachyrhizi, o agente causador da ferrugem
asiática. A praga causa a desfolha precoce na planta, o que impede a formação
completa dos grãos.
O "vazio sanitário" começou
no mês de junho em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Depois
do dia 15, os produtores poderão iniciar o plantio da soja.
Durante o "vazio sanitário",
a responsabilidade de erradicar as plantas é do produtor. Em Mato Grosso, a
fiscalização é feita pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea).
A ferrugem asiática foi diagnosticada
pela primeira vez no Brasil em 2001. A disseminação da praga ocorre pelo vento
e a erradicação das plantas vivas durante o "vazio sanitário" impede
que a doença seja passada às novas plantações.
Previsão do tempo
A grande
expectativa dos agricultores era que a chuva retornasse assim que fosse
liberado o plantio da oleaginosa, mas o tempo seco ainda predomina
principalmente sobre Goiás e Mato Grosso.
A falta de chuvas em julho e agosto na
região evitou um surto de ferrugem asiática, como aconteceu em 2009, último ano
de atuação do El Niño. Mas se por um lado o enfraquecimento do fenômeno este
ano foi bom, por outro, deve atrasar o início do plantio. Segundo os
meteorologistas da Somar, as chuvas retornam para o Estado mato-grossense a
partir do dia 20 de setembro, mas ainda assim de forma isolada e irregular, o
que não garante umidade suficiente no solo para a instalação das lavouras.
A soja deve ser plantada mesmo apenas
em outubro, quando finalmente as chuvas se tornam mais generalizadas em toda
região. De acordo com o meteorologista da Somar, Celso Oliveira, o acumulado
para praticamente todos os municípios do Centro-Oeste deve ser de mais de 100mm
por mês ao longo da primavera.
Em Sorriso, maior produtor de soja
do Estado, a previsão mostra que o volume de chuva no mês de outubro deve ser
de 176mm, sendo que a média para o período é de 184mm. Mesmo com acumulados
abaixo da média, Celso Oliveira afirma que isso não implica em ausência de
chuvas, que devem se consolidar e se tornar mais intensas ao longo da estação.
Outra preocupação em relação ao atraso
das chuvas agora é com o plantio de milho em fevereiro. Como os modelos mostram
que o El Niño vai enfraquecer a partir dos primeiros meses de 2013, a Zona de Convergência
Intertropical, que é o sistema responsável pelas chuvas no Nordeste, começa a
atuar. Essas chuvas associadas à umidade da Amazônia garantem chuvas para a
região central do Brasil pelo menos até março, não comprometendo a segunda
safra.
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