Por 56 votos a favor, 19 contra e 5 abstenções, o plenário do
Senado decidiu pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) por quebra de decoro parlamentar.
Ele foi considerado culpado da acusação de envolvimento com o
esquema de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, atualmente preso na
penitenciária da Papuda. Relatórios da Polícia Federal apontam Cachoeira como
chefe de um esquema de corrupção, tráfico de influência e jogos ilegais.
Com a decisão do Senado, Demóstenes Torres ficará inelegível por
oito anos contados a partir do fim do mandato (fevereiro de 2019). Assim, só
poderá concorrer a um cargo político a partir das eleições de 2028.
O resultado foi anunciado pelo Senador José Sarney, 4 minutos
após iniciada a votação do projeto de resolução que determinou a cassação do
mandato do parlamentar goiano.
Na sessão, que começou por volta de 10 horas, o autor da
representação contra o parlamentar, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP); e os
relatores do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE) e na
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Pedro Taques (PDT-MT),
reiteraram os argumentos pela cassação.
Também usaram a tribuna 5 senadores que condenaram o uso das
prerrogativas parlamentares indevidamente e a impunidade e defenderam o fim do
voto secreto em processos de cassação de mandato.
Como os líderes partidários decidiram, no início da sessão,
aumentar o tempo de manifestação da defesa e da acusação, o advogado Antonio
Carlos de Almeida Castro (Kakai) e Demóstenes Torres dividiram o tempo
assegurado à defesa, mantendo o argumento usado pelo senador no Conselho de
Ética, na CCJ e no plenário, nos últimos dias, de que o processo se baseia em
escutas ilegais.
Agência Senado
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