O
senador Wilder de Morais (DEM-GO) tomou posse hoje, dia 13 em uma sessão
esvaziada com apenas quatro parlamentares em plenário. Ele é o primeiro
suplente de Demóstenes Torres, cassado esta semana pelo Senado por decoro parlamentar, ao usar o
mandato para beneficiar o empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, preso em Brasília.
Ele chegou ao Senado por volta das 9 horas e, logo após prestar o
juramento tradicional, deixou o plenário. “Prometo guardar a Constituição
Federal e as leis do país, desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador
que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do
Brasil”, jurou o senador para os quatro parlamentares presentes: Ciro Nogueira
(PP-PI), que presidia a Mesa; Ana Amélia (PP-RS); Roberto Requião (PMDB-PR) e
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
Antes da posse oficial, Wilder de Morais entregou ao presidente da
sessão, Ciro Nogueira (PP-PI), o original do diploma de primeiro suplente e os
demais documentos exigidos por lei para que pudesse ser oficializado no lugar
de Demóstenes Torres.
Empresário, Wilder Pedro de Morais, é dono da Orca Construtora e
de shopping centers em Anápolis e Goiânia. Ele já assume o
cargo com senadores cobrando informações publicadas pela imprensa de que teria
sonegado bens na declaração do Imposto de Renda.
O senador também aparece nas gravações feitas pela Polícia Federal
durante as investigações da Operação Monte Carlo. Pelo menos uma conversa entre
ele e o contraventor Carlinhos Cachoeira já se tornou pública.
De acordo com a Justiça Eleitoral, o empresário doou R$ 700 mil para a campanha
de Demóstenes em 2010. Com tal valor, Wilder aparece como
segundo maior doador de campanha do ex-senador.
Wilder de Morais foi casado com Andressa Mendonça,
atual mulher de Carlinhos Cachoeira. Foi por causa da relação
estreita com Cachoeira, flagrada em diálogos gravados pela Polícia Federal, que
Demóstenes Torres perdeu o mandato, acusado de quebra de decoro parlamentar.
Demóstenes chegou a citar o suplente durante o depoimento no
Conselho de Ética. Ao caracterizar sua amizade com Cachoeira, Demóstenes disse
que ele discutia problemas conjugais, que culminaram com a separação de
Andressa e Wilder de Morais.
Marcos Chagas
Agência Brasil
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