Os dois depoimentos mais aguardados desde que CPI do Cachoeira
retomou os trabalhos neste segundo semestre, após o recesso parlamentar, estão
marcados para esta semana. O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, foi convocado para
terça-feira, dia 28. No dia seguinte é a vez do dono da empreiteira Delta,
Fernando Cavendish.
A convocação do empresário que elevou a Delta ao patamar de uma
das maiores construtoras do país, maior detentora de contratos do PAC, em
vários estados, foi pedida por 11 requerimentos assinados por 14 parlamentares.
De acordo com a Polícia Federal, a Delta repassou milhões de reais a empresas
de fachada ligadas a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Este, por sua
vez, aparece em ligações telefônicas, gravadas pela PF, atuando em favor da
Delta.
Fernando Cavendish já impetrou habeas
corpus com pedido de liminar
para não comparecer à reunião, o que já era esperado pelo próprio presidente da
CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que disse não esperar muito do depoimento
de Cavendish.
Vital do Rêgo precisará administrar a pressão de alguns
parlamentares contrários ao atual rito da CPI de dispensar imediatamente os
convocados depois que eles alegam o direito constitucional ao silêncio.
– O depoimento do Cavendish é o depoimento de uma testemunha
como outra qualquer. Nós não podemos tratá-lo diferente de Demóstenes [Torres],
diferente de A, B ou C. Temos um rito a cumprir, definido por decisão colegiada
– afirmou Vital de Rêgo, após a última reunião da CPI realizada na
quarta-feira, dia 23.
Os outros dois convocados pela CPI são o empresário Adir Assad e
o ex-diretor da Dersa, estatal responsável por obras viárias em São Paulo,
Paulo Vieira de Souza.
Adir Assad, que deve comparecer à CPI na terça-feira, dia 28, é
dono das empresas JSM Terraplenagem e SP Terraplenagem, suspeitas de atuarem
como “laranjas” e de terem sido beneficiadas com repasses de dinheiro público
pela construtora Delta. Ele também requereu o direito ao silêncio à Suprema
Corte e seu pedido está sendo examinado pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, é acusado de
atuar junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) em
busca de recursos para a campanha de José Serra à Presidência da República. Ele
deve depor na quarta-feira, dia 29. As reuniões estão previstas para começar às
10h15 na sala 2 da ala Nilo Coelho.
Agência Senado
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