Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o fraco desempenho do
Brasil nas Olimpíadas de Londres deve-se à falta de qualidade das escolas
brasileiras. O senador comentou em Plenário, os três aspectos que acredita
serem pré-requisitos de sucesso nos jogos olímpicos: população grande, Produto
Interno Bruto (PIB) e boas escolas onde os talentos esportivos são descobertos.
– A nossa vergonha de ter apenas três medalhas de ouro, quando
países muito menores e mais pobres do que o Brasil tiveram um desempenho tão
melhor, decorre de que nossas crianças, todas elas, não estão na escola com
instalações, com tempo, com orientação para praticarem esportes.
Pessimista, Cristovam admitiu a possibilidade de o desempenho
brasileiro melhorar nas Olimpíadas do Rio, em 2016, mas advertiu que o país não
verá um salto no quadro de medalhas.
– É com tristeza que digo: esqueçam 2016! Podemos fazer uma
festa até melhor, até por que vamos gastar R$ 60 bilhões para fazer a Copa,
mas, não vai dar tempo de conseguir um conjunto de atletas em condições de
obter muitas medalhas – previu.
Para o senador, o investimento que visa às medalhas olímpicas
precisa começar com crianças de cinco anos de idade, que levarão mais 15 anos
até disputar competições mundiais.
– Então, não será na próxima, nem na seguinte, nem na seguinte.
Talvez a seguinte, se a gente começasse a fazer hoje, mas ninguém está vendo
quem quer que seja falando em começar hoje pela escola.
Cristovam observou que, pelo PIB, o Brasil deveria ter sido o
sexto país do mundo na classificação geral de medalhas; se a base de cálculo
fosse o tamanho da população, o país deveria ter sido o quinto melhor. Segundo
ele, a 22ª posição deve-se às falhas da escola, onde os talentos deveriam ser
identificados.
- Pela prática desportiva desde idade muito pequena na escola,
surgiriam aqueles que demonstram talento. Quase tudo que exige muito talento
exige também a identificação desse talento na primeira infância e o seu
acompanhamento ao longo da idade. A fábrica de campeões chama-se escola.
Ao finalizar, Cristovam fez um mea
culpa em nome dos políticos,
que, segundo ele, deveriam ser os responsáveis por transformar as escolas em
celeiros de atletas.
– Quem tem de pedir desculpas ao povo brasileiro não são
os atletas, como fez Diego Hypólito. Somos nós, os políticos, os
dirigentes deste país, que não temos investido, ao longo de 50 anos, na
educação das nossas crianças para que tenham seu talento identificado e
acompanhado.
Agência Senado
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