quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nobres descobre 'Caminhos de Rondon'


Uma equipe composta por membros da Secretaria Municipal de Turismo e da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Nobres realizou uma verdadeira expedição à Comunidade Piraputanga, no município de Diamantino, com o intuito de fotografar, verificar e fazer reconhecimento das trilhas que fazem parte dos “Caminhos de Rondon”. 
Os “Caminhos de Rondon” são as passagens que foram abertas pelo Marechal Cândido Rondon, para a integração do território brasileiro, através da construção de linhas telegráficas entre Mato Grosso e Goiás. 
Em Nobres ainda restam postes da rede telegráfica instalados pela equipe do Marechal Rondon e 15 km de trilhas, inclusive com alguns trechos de pedras recortadas e colocadas (provavelmente pelos negros escravos) para facilitar o transporte de materiais utilizados na construção das linhas telegráficas, que seguiam até o estado de Rondônia. 
Os “Caminhos de Rondon” é um produto turístico, no qual a Secretaria Municipal de Turismo está trabalhando, para em breve poder apresentar à sociedade como um todo. Por isso, a importância da “expedição” de reconhecimento do local, pois a comunidade Piraputanga serviria como ponto de apoio à trilha que poderá ser feita à pé, à cavalo ou de bicicleta. Sempre seguindo os trechos por onde Rondon passou. 
A ideia é de que a saída de Nobres aconteça via Cachoeira do Tombador (tombada como patrimônio histórico estadual, pelo IPHAN), seguindo pela estrada da Serra Calçada até a Comunidade Piraputanga, pela chamada estrada calçada da Reúna chegando a Diamantino. 
A intenção é trabalhar em conjunto com o município de Diamantino, afirma a turismóloga e Diretora de Turismo da Prefeitura de Nobres Dahiana Ferlin, pois lá se findaria a trilha e haveria visita a Casa Memorial dos Viajantes, que abriga em uma de suas salas arquivos, fotos, mapas, banners e objetos que lembram e contam a história da famosa Expedição Roosevelt–Rondon ocorrida em 1914, quando Marechal Rondon retornou a Diamantino, com o ex–presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Roosevelt, após sua primeira visita ao município em 1907, quando instalou as linhas telegráficas. 
Além do fato de ter sido fruto da expedição Rondon, a trilha também foi o cenário da passagem da Coluna Prestes, movimento ocorrido entre os anos de 1925 e 1927, encabeçado por líderes tenentistas, dentre eles Luís Carlos Prestes, que empreenderam grandes jornadas para o interior do país, procurando fazer insurgir o povo contra o regime oligárquico vigente, inclusive há alguns resquícios de antigas barricadas dos revoltosos na cabeceira do Tombador. A serra da Caixa Furada, em Nobres, recebeu este nome devido a uma emboscada sofrida pela Coluna Prestes no alto da Serra.     
Esta será, sem dúvidas, mais uma atração histórico-cultural que engrandecerá Nobres nas rotas dos turistas, que além de vislumbrar belas paisagens também estão interessados em adquirir conhecimento. 
As principais fontes de renda dos habitantes da comunidade Piraputanga são: um viveiro, que fornece mudas de plantas nativas aos interessados em reflorestamento, a agricultura de subsistência e a pesca. Assim, a revitalização destas trilhas, será algo bom, para os moradores locais, pois além de aumentar o fluxo de pessoas trará maior movimentação econômica, uma vez que, os turistas sempre vêm dispostos a gastar.
Pela comunidade passam os rios Piraputanga (que dá nome ao povoado) e Nascente, que passa dentro da casa dos moradores locais, algo incrível para as pessoas acostumadas ao meio urbano. Eles se unem aos rios Pai Tomás e Salobinha para formar o rio Nobres.
Para finalizar, a equipe seguiu a expedição de reconhecimento rumo a cachoeira do Róla, que fica próxima à comunidade Piraputanga, mas pertencente ao município de Alto Paraguai. A cachoeira tem este nome não por acaso, pois é formada apenas por rochas, que em contato com a água formam uma fina camada escorregadia e perigosa, na qual literalmente pode-se “rolar”. Apesar do perigo é uma visão fantástica e recompensadora para se encerrar esta reportagem.  

Aline Wendpap

Nenhum comentário:

Postar um comentário