Uma equipe composta por membros da
Secretaria Municipal de Turismo e da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de
Nobres realizou uma verdadeira expedição à Comunidade Piraputanga, no município
de Diamantino, com o intuito de fotografar, verificar e fazer reconhecimento
das trilhas que fazem parte dos “Caminhos de Rondon”.
Os “Caminhos de Rondon” são as
passagens que foram abertas pelo Marechal Cândido Rondon, para a integração do
território brasileiro, através da construção de linhas telegráficas entre Mato
Grosso e Goiás.
Em Nobres ainda restam postes da rede
telegráfica instalados pela equipe do Marechal Rondon e 15 km de trilhas,
inclusive com alguns trechos de pedras recortadas e colocadas (provavelmente
pelos negros escravos) para facilitar o transporte de materiais utilizados na
construção das linhas telegráficas, que seguiam até o estado de Rondônia.
Os “Caminhos de Rondon” é um produto
turístico, no qual a Secretaria Municipal de Turismo está trabalhando, para em
breve poder apresentar à sociedade como um todo. Por isso, a importância da
“expedição” de reconhecimento do local, pois a comunidade Piraputanga serviria
como ponto de apoio à trilha que poderá ser feita à pé, à cavalo ou de
bicicleta. Sempre seguindo os trechos por onde Rondon passou.
A ideia é de que a saída de Nobres
aconteça via Cachoeira do Tombador (tombada como patrimônio histórico estadual,
pelo IPHAN), seguindo pela estrada da Serra Calçada até a Comunidade
Piraputanga, pela chamada estrada calçada da Reúna chegando a Diamantino.
A intenção é trabalhar em conjunto com
o município de Diamantino, afirma a turismóloga e Diretora de Turismo da
Prefeitura de Nobres Dahiana Ferlin, pois lá se findaria a trilha e haveria
visita a Casa Memorial dos Viajantes, que abriga em uma de suas salas arquivos,
fotos, mapas, banners e objetos que lembram e contam a história da famosa Expedição
Roosevelt–Rondon ocorrida em 1914, quando Marechal Rondon retornou a
Diamantino, com o ex–presidente dos Estados Unidos da América, Franklin
Roosevelt, após sua primeira visita ao município em 1907, quando instalou as
linhas telegráficas.
Além do fato de ter sido fruto da
expedição Rondon, a trilha também foi o cenário da passagem da Coluna Prestes,
movimento ocorrido entre os anos de 1925 e 1927, encabeçado por líderes
tenentistas, dentre eles Luís Carlos Prestes, que empreenderam grandes jornadas
para o interior do país, procurando fazer insurgir o povo contra o regime
oligárquico vigente, inclusive há alguns resquícios de antigas barricadas dos
revoltosos na cabeceira do Tombador. A serra da Caixa Furada, em Nobres,
recebeu este nome devido a uma emboscada sofrida pela Coluna Prestes no alto da
Serra.
Esta será, sem dúvidas, mais uma
atração histórico-cultural que engrandecerá Nobres nas rotas dos turistas, que
além de vislumbrar belas paisagens também estão interessados em adquirir
conhecimento.
As principais fontes de renda dos
habitantes da comunidade Piraputanga são: um viveiro, que fornece mudas de
plantas nativas aos interessados em reflorestamento, a agricultura de
subsistência e a pesca. Assim, a revitalização destas trilhas, será algo bom,
para os moradores locais, pois além de aumentar o fluxo de pessoas trará maior
movimentação econômica, uma vez que, os turistas sempre vêm dispostos a gastar.
Pela comunidade passam os rios
Piraputanga (que dá nome ao povoado) e Nascente, que passa dentro da casa dos
moradores locais, algo incrível para as pessoas acostumadas ao meio urbano.
Eles se unem aos rios Pai Tomás e Salobinha para formar o rio Nobres.
Para finalizar, a equipe seguiu a
expedição de reconhecimento rumo a cachoeira do Róla, que fica próxima à
comunidade Piraputanga, mas pertencente ao município de Alto Paraguai. A
cachoeira tem este nome não por acaso, pois é formada apenas por rochas, que em
contato com a água formam uma fina camada escorregadia e perigosa, na qual
literalmente pode-se “rolar”. Apesar do perigo é uma visão fantástica e
recompensadora para se encerrar esta reportagem.
Aline Wendpap
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