A entrevista da ex-primeira-dama Rosane Collor ao Fantástico, da
Rede Globo foi um recado ao senador Fernando Collor para não convocar provas que comprometessem a Globo e a Abril, no caso Cahoeira.
Mas, em discurso no
Plenário o senador Fernando Collor (PTB-AL) pediu a aprovação de requerimentos
de sua autoria que convocam o procurador-geral de República, Roberto Gurgel
Santos, a subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques, esposa de Gurgel, e o
jornalista editor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, para deporem
na CPI do Cachoeira. A Comissão se reúne na próxima terça-feira, dia 14 para
votar requerimentos.
Fernando Collor também requer a convocação dos procuradores da
República Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira; do presidente e
editor do grupo Abril, Roberto Civita; e dos funcionários da revista Veja Lauro
Jardim, Gustavo Ribeiro e Rodrigo Rangel. O senador informou que os
requerimentos foram apresentados no início das atividades da Comissão e, para
ele, não podem mais ter a votação adiada.
Na opinião de Fernando Collor, a CPI não deve atuar com
limitação de foco e investigar apenas alguns ramos da rede de relacionamento de
Carlos Cachoeira. O senador afirmou que as relações entre o contraventor com
setores do Ministério Público e da imprensa são “mais perniciosas do que se
imagina”. Para ele, as investigações precisam atender aos interesses da sociedade
e não aos de grupos midiáticos.
- Precisamos de uma verdade definitiva sobre todo esse conluio
de autoridades e jornalistas que se emaranharam, que se mesclaram, que se
misturaram com criminosos, tornando-se também criminosos. E essa verdade, essa
rede completa de intrigas e crimes, somente virá à tona se a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito for capaz de ampliar seus horizontes de
investigação, começando por ter a coragem, sem medo, de trazer o testemunho
pessoal e as informações de que dispõem os membros do Ministério Público,
especialmente o de seu comandante, e os ditos servidores da revista Veja
envolvidos em toda esta grande tramoia, que é a organização criminosa
investigada, disse Fernando Collor.
Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou que a prática
de alguns membros da Justiça e da imprensa não deve afetar a imagem dessas
instituições. Na avaliação dela, a imprensa e o Ministério Público contribuem
para a consolidação da democracia no país.
- Casos isolados não podem contaminar e nem prejudicar a imagem
de duas instituições que têm contribuído, sim, para o país evoluir, ampliar a
democracia e consolidar os princípios democráticos: a instituição da imprensa,
mídia de um modo geral, e o Ministério Público como instituição. São dois pilares
fundamentais para a democracia, observou Ana Amélia.
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