sexta-feira, 25 de maio de 2012

Professora da FID vai apresentar tese de mestrado na Universidade de Lisboa

A professora mestra da FID (Faculdades Integradas de Diamantino), coordenadora de Pós-Graduação e coordenadora-adjunta de Ciências Contábeis Sônia Aparecida da Silva Lara Pires vai apresentar tese de mestrado no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, durante o IX Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação, que se realizará de 12 a 15 de julho de 2012, em Portugal.
" Um Olhar Fenomenológico no Exercício do Poder das Relações Interpessoais nas Instituições Escolares: O Gosto Amargo do Mel" é o trabalho, objeto da tese.
A pesquisa que deu origem ao trabalho foi realizada com cinco gestores e 50 professores de cinco escolas públicas de Diamantino.
A pesquisa apontou uma formação de poder dentro da escola e a hierarquização entre os dois componentes estudados: gestores e docentes. A gestão democrática criou a figura da eleição direta, mas, por outro lado, criou a divisão de poder e os conflitos oriundos das divergências pessoais que alteram a convivência na escola e implica no resultado pedagógico do ensino.
O trabalho é de cunho qualitativo fenomenológico e tem por finalidade examinar, buscar e compreender as relações conflitivas presentes nas estruturas administrativas e diretivas das unidades escolares, especificamente as relações que emergem do exercício profissional, vivenciadas nas relações interpessoais entre gestores e docentes. O referido trabalho identificou as principais heteronomias existentes no seio da comunidade escolar, sublinhando aquelas que criam obstáculos a relação de que considere a isonomia e a universalidade dos direitos e do reconhecimento de todos e de cada um como dimensão imprescindível da construção educacional das pessoas.
A pesquisadora utilizou a metodologia da pesquisa qualitativa com enfoque fenomenológico baseado em Husseri e Merleau-Ponty, que favorecem uma descrição compreensiva do relacionamento humano vivido, pesquisado junto a professores e gestores, avaliando a dimensão política relacional, através de questionários e histórias de vida com os diretores e professores das escolas estaduais de Diamantino. A base teórica da pesquisa são o Personalismo de Emmanuel Mounier e a Pedagogia da Dialogicidade de Paulo Freire.
A pesquisadora diz que há uma coisificação, desrespeito e violência velada. E em nome de um sistema capitalista liberal, desigual e fomentador de exclusão, terminamos por não reconhecer enquanto seres incompletos e inacabados. Falta amor nas relações interpessoais. A referência aqui não é do amor enquanto sentimento, por entender que todos nós já o temos em nosso íntimo, mas o amor que surge nas relações dialógicas, estabelecidas entre as pessoas. O amor que emerge de um momento de diálogo frente a uma situação que aparentemente era impossível de se resolver.
Quando nos relacionamos com o nosso próximo com amor não há lugar para a violência, não há lugar para nenhum sentimento que nos torne menos humano.
É no diálogo que esse amor tem que surgir, para que em diálogo mediante a palavra possamo-nos ‘confrontar’ e nos ‘suportar’ em amor, expõe a pesquisadora.
A professora Sônia se sente realizada com o trabalho, que refletiu a realidade das escolas públicas e trouxe à mostra uma situação real de disputa de poder que interfere diretamente no convívio das pessoas nas escolas e atrapalha a pedagogia do ensino. E ademais, a tese será apresentada numa conceituada Instituição de Ensino da Europa, cujo assunto vai contribuir para a discussão e formação de consciência dos educadores, daqui para frente.
O trabalho demorou cinco anos para ser concluído. A edição do livro será lançada no mês de outubro.
A professora que tem 23 anos de sala leciona na Escola Nilce Maria Magalhães e na FID, na disciplina de Metodologia Cientifica, para o curso de Ciências Contábeis.

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