O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa voltou à Corte, no último dia 31 de agosto, depois de dois meses de licença médica.
O ministro de 56 anos, convocou assessores para uma conversa importante em seu gabinete. Na reunião de mais de duas horas de duração, o ministro manifestou um grande aborrecimento. Não bastasse ter perdido relatorias de processos rumorosos, afirmou ter percebido no Tribunal um ambiente envenenado, principalmente por rumores sobre sua aposentadoria precoce. Disse enxergar uma “conspiração” para mandá-lo de vez para casa. Nos diálogos reservados, o ministro desabafou: “Isso acontece com quem incomoda.” Aos que desejam vê-lo fora do Supremo, no entanto, Joaquim Barbosa foi taxativo. Nas mesmas conversas particulares, o ministro garantiu que não tem intenção de se aposentar. Foi além ao dizer que vai transformar o seu gabinete num bunker de resistência.“Só saio do Supremo antes dos 70 anos se eu morrer”, afirmou, referindo-se à idade limite para todos os servidores públicos.
Quem conhece Joaquim Barbosa sabe o que o move. Filho de um pedreiro com uma dona de casa, ele passou a sustentar a mãe e seus sete irmãos aos 16 anos, quando o pai foi embora. Deixou no passado seus dias de auxiliar gráfico para se tornar um dos 11 membros da mais alta Corte da Justiça brasileira, nomeado pelo presidente Lula, como o primeiro negro a ocupar o cargo, na história do STF. Hoje, Joaquim Barbosa tem nas mãos uma das principais relatorias do STF, que trata do ‘Mensalão’, e prevê que, apesar das dificuldades, seu parecer estará pronto no início de 2012.
O ministro Joaquim Barbosa é desafeto do seu companheiro de Corte, Gilmar Mendes. A célebre discussão entre ambos andou o mundo. Joaquim Barbosa respondeu ao ministro Gilmar Mendes, usando com fundamento a reportagem da Revista ‘Carta Capital’, acerca da atuação forte de Gilmar Mendes, do tipo coronelismo, usado principalmente na política de Diamantino. Joaquim Barbosa chegou a afirmar que Gilmar Mendes não estava falando com os seus “capangas de Mato Grosso”.
Vossa Excelência me respeite. Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim. Saia à rua, ministro Gilmar. ‘Faça o que eu faço’, afirmou Joaquim Barbosa no bate-boca à época.
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