Além do civismo, as comemorações do Dia da Independência foram marcadas por protestos contra a corrupção no país. Vestidos de preto, manifestantes carregavam cartazes pedindo o fim do voto secreto na Câmara dos Deputados e no Senado e punição para corruptos.
A Marcha Nacional contra a Corrupção, movimento apartidário, convocado pelas redes sociais na internet, protestou contra desvio de dinheiro público em ministérios, denunciado recentemente, além da absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema de corrupção do governo do Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM.
Durante o percurso, alguns manifestantes fizeram a lavagem simbólica do Ministério da Agricultura e do Congresso Nacional. Ao som do Hino Nacional, eles ocuparam a Praça dos Três Poderes para “abraçar” a Bandeira do Brasil. Após quase duas horas de protesto e com número de participantes reduzido, alguns manifestantes tomaram o gramado em frente ao Congresso e ocuparam o espelho d'água, molhando os policiais, que fizeram um cordão de isolamento em frente à rampa de acesso.
A 17ª edição do Grito dos Excluídos, que acontece neste ano em 25 estados, defende a participação popular em defesa do meio ambiente, com o lema “Pela vida grita a terra... Por direitos todos nós”.
O foco dos protestos foi a rejeição às mudanças no Código Florestal, que tramita no Congresso Nacional.
As entidades que participam do Grito dos Excluídos não aceitam as mudanças propostas pelo deputado Aldo Rebelo na legislação ambiental e avaliam que causará mais injustiças no campo e na cidade e beneficiar as grandes empresas do campo e os latifundiários. Outros temas fizeram parte do ‘Grito’, como a reforma agrária e urbana, os altos preços da energia elétrica, o tema da educação e a necessidade de regulação dos meios de comunicação social.
A Marcha contra a Corrupção em Cuiabá atraiu em torno de 150 pessoas, a grande maioria de estudantes. O grupo protestou em frente ao palanque das autoridades montado para o desfile de 7 de Setembro, em uma das principais avenidas da cidade. Além do nariz de palhaço e de centenas de apitos, os manifestantes carregavam cartazes com frases contra a corrupção e pedindo moralidade na política.
A corrupção se infestou as três esferas de Governo, além dos tentáculos nos municípios. Um dado alarmante diz respeito ao número de processos contra deputados e senadores em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal) dobrou desde o início da atual legislatura. O total de investigações envolvendo deputados e senadores saltou de 197, em abril de 2007, para 397, conforme levantamento do ‘Congresso em Foco’, concluído no último dia 30 de agsoto. Nesse mesmo período, subiu de 101 para 169 a relação dos congressistas que estão na mira da mais alta corte do país. Ou seja, de cada sete parlamentares, dois têm contas a ajustar com a Justiça.
Em Mato Grosso, recentemente O Ministério Público Federal propôs Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa contra doze pessoas envolvidas num esquema de corretagem de decisões judiciais do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, incluindo juízes e desembargadores daquela Corte. No Tribunal de Justiça muitos desembargadores foram ‘punidos’, com aposentadoria compulsória, por corrupção.
No Legislativo, o deputado José Riva é o campeão de denúncias.
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